O Ministro dos Assuntos Institucionais, Alexadre Padilha, disse quarta-feira que o antigo Presidente Jair Bolsonaro terá de explicar as jóias e outros presentes que recebeu da monarquia da Arábia Saudita no seu regresso dos Estados Unidos, agendado para quinta-feira.
Padilha disse que não cabia ao governo avaliar o regresso ao Brasil de «qualquer pessoa que se declare na oposição» e «muito menos de um ex-presidente que fugiu». Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o final de Dezembro de 2022, evitando assim ter de entregar a faixa presidencial, de acordo com o protocolo.
É ele que tem de ver, vai ter de chegar e explicar as jóias, vai ter de explicar vários assuntos do seu governo que estão a ser descobertos», disse Padilha depois de se encontrar com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, onde está a trabalhar enquanto se recupera da gripe que adiou a sua visita oficial à China.
Esta semana verificou-se que Bolsonaro recebeu mais uma terceira caixa de jóias em Outubro de 2019, desta vez avaliada em 500.000 reais (cerca de 89.000 euros). No total, recebeu presentes das autoridades sauditas no valor de mais de 3,2 milhões de euros, bem como um conjunto de armas dos Emirados Árabes Unidos.
Dada a magnitude destas doações, o Tribunal de Contas da União (TCU) já ordenou a sua devolução ao Estado, enquanto a Polícia Federal não excluiu a abertura de uma investigação sobre Bolsonaro para elucidar as razões pelas quais o reino do Golfo Pérsico teria entretido o então presidente desta forma.
Por sua vez, Padilha excluiu que o regresso do ex-presidente brasileiro influenciará o actual clima político, bem como o regresso de Lula à ribalta, e esclareceu que cabe ao Governo do Distrito Federal tomar conta da segurança e de tudo o que rodeia a viagem de regresso de Bolsonaro.
O protocolo de segurança que as autoridades da capital brasileira prepararam não parece ser do seu agrado e o seu partido afirma que é típico de um «prisioneiro» e não de um ex-presidente.
Agentes da Polícia Federal e da Secretaria de Segurança do Distrito Federal escoltá-lo-ão do avião através de uma área restrita até um veículo que o levará para casa, impedindo-o assim de ser recebido pelos seus apoiantes no átrio do aeroporto, o que tem causado mal-estar, de acordo com ‘O Globo’.
Fonte: (EUROPA PRESS)