O Ministro dos Negócios Estrangeiros russo Sergei Lavrov visitou a capital do Mali, Bamako, na terça-feira, onde garantiu «o apoio necessário» ao país africano para expandir as capacidades defensivas das suas forças armadas.
«Continuaremos a fornecer o apoio necessário aos nossos amigos bilaterais (…) para resolver o problema do aumento da capacidade de combate das forças armadas malianas, do treino do pessoal militar e da aplicação da lei», disse.
O chefe da diplomacia russa assegurou que Moscovo iria expandir a sua cooperação com o Mali também nos domínios económico, comercial e humanitário, de acordo com a agência noticiosa TASS.
Na esfera militar, Lavrov salientou que Moscovo e Bamako estão a planear outras «medidas adicionais» no fornecimento de armas e equipamento militar, bem como no treino de soldados malianos.
A este respeito, o chefe da diplomacia russa salientou que o Mali é «um dos Estados mais preparados e eficazes» no que diz respeito à força aérea, embora tenha destacado as «entregas muito importantes» recentemente fornecidas por Moscovo.
«Durante os últimos meses fizemos entregas muito importantes de equipamento de aviação que aumentaram significativamente a capacidade das forças armadas e de segurança do Mali para erradicar a ameaça terrorista», disse ele.
Lavrov aproveitou a sua viagem a Bamako para convidar o seu homólogo do Mali, Abdoulaye Diop, a visitar Moscovo e «continuar a comunicação» entre os dois países. «Em qualquer caso, teremos de nos preparar para a cimeira Rússia-África, pelo que espero encontrar-me em breve», acrescentou ele.
CRITICISMO DA UE Desde o início da guerra na Ucrânia, algumas das principais vozes da UE têm expressado preocupação com a crescente influência da Rússia no continente africano, especialmente no Mali, que tem exigido a partida de pessoal militar europeu à medida que a sua junta militar se aproxima de Moscovo.
Lavrov aproveitou a oportunidade para atacar o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, a quem acusou de «não saber esconder a essência racista da sua visão do mundo».
O diplomata russo também lamentou que as principais potências europeias estejam a mostrar os seus «instintos neo-coloniais» quando se trata de falar de África e de criticar a sua crescente colaboração com a Rússia.
«Não temos nada a esconder e nada de que nos envergonhar. Estávamos na origem da libertação de África do jugo colonial», disse Lavrov, que assegurou que Moscovo defenderia o continente africano de «tentativas crescentes de reintroduzir medidas coloniais».
Nos últimos meses, o Reino Unido, a Alemanha e a França retiraram as suas tropas do Mali, na Missão Multidimensional de Estabilização Integrada das Nações Unidas no Mali (MINUSMA), devido aos golpes no Mali e ao alinhamento das autoridades com o Grupo Wagner, uma organização de mercenários russos.
Fonte: (EUROPA PRESS)