
A ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) e cerca de quinze meios de comunicação e empresas de produção franceses apelaram aos Talibãs para que libertassem a repórter franco-afegã Mortaza Behboudi, que se encontra detida há um mês numa prisão de Cabul por suspeita de espionagem.
«Há um mês que temos vindo a fazer todo o possível, de várias maneiras, para obter a sua libertação. A sua prisão é verdadeiramente absurda», disse RSF numa declaração assinada por vários oficiais dos meios de comunicação social denunciando a situação de Behboudi, que chegou a França com a idade de 21 anos.
Logo começou a trabalhar como jornalista e a colaborar com vários meios de comunicação social franceses, tais como France Télévisions, TV5 Monde, ou ‘Libération’, e destacam-se as suas peças sobre o Afeganistão dos Talibãs, que lhe valeram vários prémios da imprensa francesa.
«Apelamos ao governo talibã para que ponha fim a esta situação sem sentido. Mortaza Behboudi é um jornalista conhecido, respeitado e apreciado pelos seus colegas da comunicação social. Esperamos que a nossa mensagem chegue à capital afegã e seja ouvida nos escritórios das autoridades que tomaram a decisão de o prender e que possuem a chave para a sua libertação», disse RSF.
Behboudi regressou ao Afeganistão a 5 de Janeiro para realizar uma série de reportagens, mas apenas dois dias após a sua chegada, quando estava prestes a receber a sua acreditação como jornalista, foi detido.
«Desde então, ninguém atende quando se liga para o seu número. Tudo o que se sabe é que, depois de ter sido detido durante onze dias por não ter mostrado a sua acreditação, foi transferido para outra prisão em Cabul e está alegadamente a ser acusado de espionagem», relata a ONG.
Com o regresso dos Taliban ao poder em Agosto de 2021, o Afeganistão inverteu os ligeiros ganhos em direitos individuais que tinha conseguido obter durante os 20 anos de ocupação militar estrangeira.
A liberdade de imprensa foi severamente restringida, assim como as liberdades fundamentais das mulheres, que foram relegadas para a esfera privada após terem sido proibidas de estudar e de certos empregos.
Fonte: (EUROPA PRESS)






