O antigo Primeiro-Ministro israelita Naftali Bennett afirmou que, durante o seu breve papel como mediador na guerra ucraniana, o Presidente russo Vladimir Putin deu-lhe garantias de que não tinha qualquer intenção de matar o seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelenski.
Numa longa entrevista com a televisão do Canal 12 de Israel no sábado, Bennett – primeiro-ministro israelita durante apenas um ano, até Junho de 2022 – explicou que tentou apresentar-se como mediador internacional dados os laços comunitários que ligam o Estado judeu a ambos os países em conflito, com pouco sucesso.
Bennett recorda que Putin recusou qualquer tipo de encontro com Zelenski durante os primeiros meses da guerra. «Ele (Putin) foi a pessoa mais simpática do mundo até aquele momento, de repente olhou-me friamente e disse: ‘Eles são nazis, são belicistas, não me vou encontrar com ele'», explicou o antigo primeiro-ministro.
Também explicou a difícil posição em que se encontrou durante a guerra porque «os Estados Unidos acreditavam que Israel faria tudo o que estivesse ao seu alcance para ajudar a Ucrânia». Dados os laços do país com a comunidade judaica internacional, Bennett achou por bem oferecer um papel neutro.
Bennett recordou que obteve do presidente russo uma promessa de não matar o seu homólogo ucraniano com as palavras exactas que dirigiu a Putin: «Preciso de compreender que me estás a dar a tua palavra de que não matarás Zelenski». Bennett conseguiu arrancar essa promessa de Putin.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano Dimitro Kuleba respondeu à aparição do antigo primeiro-ministro com uma mensagem na sua conta do Twitter a aconselhar as pessoas a não acreditarem numa palavra que a Rússia diz.
«No passado, Putin prometeu não ocupar a Crimea, não violar os acordos de Minsk, não invadir a Ucrânia, e no final fez tudo isso. Que ninguém se deixe enganar: ele é um mentiroso perito», lamentou Kuleba.
«Sempre que ele (Putin) prometeu não fazer algo, fazia exactamente parte do seu plano», acrescentou ele.
Fonte: (EUROPA PRESS)
