
O senador Marcos do Val, do partido conservador Podemos, afirmou que o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro procurou convencê-lo a encenar um golpe de Estado, aproveitando a sua experiência militar, e subsequentemente anunciou que deixará o cargo pouco depois da inauguração do Congresso.
«Fiquei furioso quando me chamaram Bolsonarista. Esperava que eu largasse uma bomba. Na sexta-feira, ‘Veja’ (revista brasileira) vai publicar a tentativa de Bolsonaro de me convencer a realizar um golpe de Estado com ele», revelou na quarta-feira à noite numa emissão em directo nas suas redes sociais.
Depois de denunciar as alegadas aspirações golpistas de Bolsonaro, Do Val usou o seu perfil Instagram para anunciar que após quatro anos como senador do estado do Espírito Santo estava a abandonar definitivamente a política e voltaria para os Estados Unidos com a sua família para continuar a sua carreira.
«As infracções que tenho vindo a receber pesam muito sobre a minha família. Que Deus conforte os corações de todos os meus eleitores. Perdoem-me, mas o meu tempo, a minha saúde, e mesmo a minha saúde, não são suficientes», disse Val despediu-se.
A demissão de Val chega apenas horas depois de os deputados e senadores de ambas as casas do Congresso do Brasil tomarem posse. Na Câmara dos Deputados, Arthur Lira foi reeleito presidente, confirmando não só as expectativas, mas também a obtenção de um voto recorde, com mais de 92 por cento dos votos após o acordo de cerca de quinze bancadas.
No Senado, a questão estava um pouco mais próxima, mas no final Rodrigo Pacheco revalidou o seu mandato, vencendo contra o pró-Bolsonaro Rogério Marinho, graças em parte à pressão do Partido dos Trabalhadores (PT) de Luiz Inácio Lula da Silva, que venceu o primeiro confronto da legislatura.
Fonte: (EUROPA PRESS)






