
A presidente do Supremo Tribunal do Brasil, Juiz Rosa Weber, abriu o novo ano judicial na quarta-feira prometendo impor «o rigor da lei» contra aqueles que participaram de alguma forma nos ataques golpistas à Esplanada dos Ministérios a 8 de Janeiro.
«Aqueles que o conceberam, praticaram, inspiraram-no e aqueles que o financiaram serão responsabilizados com o rigor da lei nas diferentes esferas, só assim será reafirmada a ordem constitucional», disse Weber no seu discurso de abertura, de acordo com relatos dos meios de comunicação social brasileiros.
O plano do Supremo Tribunal foi acompanhado pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, durante um acto solene em que foram mostradas imagens da destruição sofrida pela sede do tribunal durante a agressão da máfia de apoiantes de Jair Bolsonaro.
«Nesta mesma sessão plenária, totalmente reconstituída após a invasão criminosa de 8 de Janeiro por uma multidão demente movida pelo ódio e pela irracionalidade, reafirmo a minha profissão como juiz», disse o juiz, que prometeu uma «defesa intransigente» da Constituição e do Estado de direito democrático.
Apesar dos ataques da máfia «ignorante» e «irracional», Weber salientou que não poderiam destruir o «espírito da democracia», que continuará a «iluminar as mentes e os corações» dos juízes do Supremo Tribunal. «Que os inimigos da liberdade saibam que no solo sagrado deste tribunal, o regime democrático permanece inabalável», advertiu ele.
Pelo seu lado, o Presidente Lula elogiou o trabalho dos juízes do Supremo Tribunal durante o mandato de Jair Bolsonaro, cujas críticas e ataques contra a instituição foram constantes ao ponto de provocar a ira de milhares de pessoas que assaltaram violentamente a sede dos três ramos do governo.
«O fim desse período marcou certamente o teste mais duro da democracia brasileira desde a Constituição de 1988», disse Lula, que destacou «o papel decisivo» tanto do Supremo Tribunal como do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) «na defesa da sociedade brasileira».
«Deste tribunal, contra o qual se virou o maior ódio dos agressores, foram tomadas decisões corajosas e absolutamente necessárias para enfrentar e parar a regressão, o negacionismo e a violência política», disse.
«Como qualquer outra pessoa que valoriza a democracia, fiquei indignado por visitar esta casa na noite a seguir aos ataques terroristas (…) Para além de um plenário reconstruído, vejo a coragem dos juízes na defesa da nossa Carta Magna», sublinhou.
«Este tribunal agiu e continua a agir para identificar e responsabilizar pelos seus crimes aqueles que selvaticamente atacaram a vontade da urna de voto. A história deve registar e reconhecer esta página heróica do poder judicial brasileiro», elogiou o Presidente Lula.
Fonte: (EUROPA PRESS)






