
O Governo da República Democrática do Congo (RDC) negou a versão do Ruanda de uma alegada incursão de um avião de combate congolês no espaço aéreo ruandês, que foi atacado pelo exército ruandês, uma acção que este «denunciou e condenou veementemente».
«O incêndio ruandês foi dirigido a um avião congolês a voar dentro do território congolês. Nunca voou sobre o espaço aéreo ruandês. O avião aterrou sem grandes danos materiais», lê uma declaração do governo congolês, relatada pela Radio Okapi.
As autoridades congolesas disseram que este «enésimo ataque do Ruanda» é um «acto deliberado de agressão que equivale a um acto de guerra cujo único objectivo é sabotar» os esforços de paz.
Ao mesmo tempo, apelaram ao seu país vizinho para «parar esta agressão», no meio de um recrudescimento das tensões bilaterais sobre os combates entre o exército congolês e o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23).
O executivo da RDC criticou que «este ataque vem juntar-se à ofensiva lançada na terça-feira de manhã pelo exército ruandês contra Kitchanga e imediatamente repelida pelas Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC)».
O Ruanda tinha disparado na terça-feira num avião militar da RDC depois de ter violado o seu espaço aéreo, um movimento que é a terceira vez nos últimos meses.
«Hoje às 17.03 horas (hora local), um Sukhoi-25 da República Democrática do Congo violou o espaço aéreo ruandês pela terceira vez. Foram tomadas medidas defensivas. O Ruanda apela à RDC para pôr fim a esta agressão», lê uma breve declaração do governo ruandês.
A breve declaração veio depois de terem circulado imagens nos meios de comunicação social de um avião de caça a voar baixo e posteriormente aterrar no aeroporto de Goma, perto da fronteira, em chamas, como noticiado por «The New Times».
As autoridades da RDC na semana passada acusaram o M23 de não honrar os seus compromissos de retirada do leste do país, enquanto o grupo denunciou os ataques do exército e avisou que não ficaria «de braços cruzados». Salientou também que as conclusões dos acordos de paz assinados em Luanda (Angola) sobre o governo «devem também ser implementadas».
Ruanda, acusado pela RDC de apoiar a M23 no contexto do conflito – o que provocou uma grave crise diplomática bilateral – acusou também Kinshasa de fazer «uma leitura selectiva» do comunicado publicado após a mini-cimeira de Luanda e advertiu que «só pode ser visto como uma ameaça de ataques iminentes contra o Ruanda».
Fonte: (EUROPA PRESS)






