
Activistas birmaneses e alegadas vítimas de abusos apresentaram queixa criminal nos tribunais alemães contra generais superiores do exército birmanês, acusando-os de instigarem genocídio contra a comunidade Rohingya desde o golpe militar de há dois anos.
A acusação é um novo esforço para tentar responsabilizar as forças armadas da Birmânia pelas alegadas atrocidades cometidas contra a minoria Rohingya do país por grupos de direitos humanos, disse Fortify Rights à agência noticiosa CNA.
«A queixa fornece novas provas de que o Exército da Birmânia sistematicamente matou, violou, torturou, aprisionou, desapareceu, perseguiu e cometeu outros actos de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra», disse o director executivo do Fortify Rights Matthew Smith numa conferência de imprensa em Banguecoque.
A associação disse que escolheu a Alemanha para apresentar a queixa devido ao seu reconhecimento do princípio de «jurisdição universal», que defende que um tribunal nacional pode julgar pessoas acusadas de crimes internacionais graves.
A este respeito, a Fortify Rights partilhava a esperança de que as autoridades alemãs prestassem atenção à queixa e iniciassem uma investigação, pois um tribunal alemão prendeu no ano passado um antigo oficial dos serviços secretos sírios por homicídio, violação e crimes contra a humanidade, de acordo com a Fortify Rights.
Os queixosos, um total de 16 pessoas, incluem membros da minoria Rohingya, bem como outros que sobreviveram ou testemunharam crimes na Birmânia desde o golpe, disse a organização.
Os Rohingya são uma minoria étnica de fé muçulmana concentrada nos Rajine (ou Arakan, como os Rohingya lhe chamam) da Birmânia. A Birmânia considera-os como descendentes de imigrantes ilegais do Bangladesh e não os reconhece como cidadãos, privando-os assim de direitos básicos.
As autoridades birmanesas estão a ser investigadas pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) este ano, após a Gâmbia ter apresentado uma queixa alegando genocídio da população Rohingya no país.
Fonte: (EUROPA PRESS)