23 de Março Os rebeldes do Movimento (M23) juraram continuar a retirar-se «ordenadamente» das áreas que ocuparam no nordeste da República do Congo (RDC), particularmente na conturbada província do Kivu Norte, desde a sua renovada ofensiva em Março do ano passado, que deslocou milhares de pessoas e causou sérios atritos diplomáticos entre os países da região.
O ex-presidente queniano Uhuru Kenyatta é agora um dos principais mediadores internacionais para pôr fim a este conflito e na passada quinta-feira encontrou-se com uma delegação do M23 liderada pelo seu líder político, Bertrand Bisimwa, numa reunião que terminou com um resultado positivo, de acordo com ambos os interlocutores.
«Como gesto de boa vontade, e para demonstrar a sua intenção de trabalhar sobre a situação no Kivu do Norte, os líderes do M23 concordaram em continuar a sua retirada ordeira, em aderir a um cessar-fogo rigoroso, e em continuar a respeitar e cooperar com a Força Regional da África Oriental que começou agora a assumir o controlo das áreas desocupadas», de acordo com uma declaração conjunta publicada no Twitter de Bisimwa, bem como nos meios de comunicação congoleses.
Os interlocutores também «notam» que a situação no Kivu do Norte, a zona mais volátil do conflito, «registou nas últimas quatro semanas alguns progressos nas áreas da segurança e estabilidade», e asseguram que «muitas pessoas deslocadas começaram a regressar às suas casas».
A reunião realiza-se uma semana após o M23 ter confirmado a sua retirada da cidade congolesa oriental de Rumangabo, que tem uma base militar estratégica, depois de a ter tomado em Outubro como parte da sua ofensiva na região.
O M23 é acusado desde Novembro de 2021 de realizar ataques contra posições do exército no Kivu do Norte, apesar de as autoridades congolesas e o M23 terem assinado um acordo de paz em Dezembro de 2013 na sequência de combates desde 2012 com o exército, que foi apoiado pelas tropas da ONU.
A situação conduziu a um pico de tensões entre a RDC e o Ruanda, uma vez que Kinshasa acusa Kigali de apoiar os rebeldes. Os peritos da ONU afirmaram num relatório recente que as autoridades ruandesas mantêm uma «intervenção directa» no país através do seu apoio ao grupo.
Fonte: (EUROPA PRESS)
