O governo japonês estimou na sexta-feira que a libertação de água contaminada da central nuclear de Fukushima terá lugar «por volta desta Primavera ou Verão», doze anos após o desastre causado por um terramoto e um tsunami.
O governo japonês fez este comentário após realizar uma reunião ministerial na residência oficial do Primeiro-Ministro Fumio Kishida, na qual avaliou o tempo necessário para a construção de um túnel submarino que libertaria a água, de acordo com o canal NHK.
Esta medida alarga o plano inicial da Tokyo Power Company (Tepco), que visava iniciar os trabalhos de expulsão da água na Primavera deste ano, depois de filtrá-la com a intenção de a diluir em água salgada e de a despejar no mar.
«Reconhecemos que o governo deu uma escala da Primavera ao Verão, após uma análise minuciosa de vários processos. Continuaremos a visar a Primavera para completar a construção e criar um sistema que possa funcionar com firmeza», explicou o presidente da Tepco Tomoaki Kobayakawa.
As autoridades japonesas explicaram que existem «esforços para fomentar o entendimento» com os residentes locais, uma vez que a decisão suscitou críticas, especialmente entre os pescadores da região, devido ao possível impacto nas suas economias.
Tomoaki disse que a comunidade local precisa de «explicações detalhadas e cuidadosas», pois «enfrentam várias preocupações» sobre a «falta de compreensão».
O governo reviu este plano e criou um novo plano com 50 mil milhões de ienes (euros), que inclui ajuda aos pescadores afectados, bem como pagamentos de indemnizações e mais informações sobre as medidas tomadas, informou a agência noticiosa Kyodo.
A Comissão Reguladora da Energia Atómica do Japão aprovou um plano em Julho do ano passado para despejar água da central nuclear de Fukushima Daiichi, que tinha sido utilizada para arrefecer reactores após o desastre nuclear de 2011 e que é armazenada em grandes tanques na central, no Oceano Pacífico.
A cadeia de acontecimentos que ocorreu a 11 de Março de 2011 ao meio-dia após um intenso terramoto de 9 graus na escala de Richter deixou quase 18.000 pessoas mortas e pôs em causa a segurança da energia nuclear.
Embora o sistema de segurança da central tenha reagido adequadamente após o terramoto – ao contrário do que aconteceu em Chernobyl em 1986 – ondas de cerca de quinze metros de altura atingiram a central e causaram inundações que levaram a três derretimentos nucleares e à libertação de grandes quantidades de contaminação radioactiva.
Fonte: (EUROPA PRESS)
