
A vice-presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, disse na terça-feira que nunca se demitiu ou se excluiu da candidatura nas eleições presidenciais de 2023, mas que se tratava de uma «proscrição» decorrente da decisão contra ela, pelo seu alegado envolvimento num esquema para defraudar o Estado.
«Começaram a falar sobre ‘a demissão de Cristina’ ou ‘a auto-exclusão de Cristina’. A única demissão que o peronismo teve foi a de Eva Perón. E também não há auto-exclusão. Nem demissão nem auto-exclusão: proscrição», disse o ex-presidente durante a inauguração do centro desportivo Diego Armando Maradona na província de Buenos Aires, de acordo com a Télam.
Neste sentido, Fernández disse que a «estratégia de proscrição» que lhe foi atribuída pelo poder judicial «não é nova», mas que «começaram a concebê-la no dia seguinte a 9 de Dezembro – o seu último dia no cargo em 2015 – quando nos despedimos na Praça (De Mayo) e cantamos ‘Vamos regressar'».
Sobre o caso Vialidad, pelo qual foi condenada a seis anos de prisão pela alegada concessão irregular de obras públicas na província de Santa Cruz, o ex-presidente disse que instauraram um julgamento «com uma cronologia eleitoral quase cirúrgica».
«Após um julgamento de três anos, decidiram que o julgamento oral em que me iam colocar no banco dos réus era a 21 de Maio de 2019 (…) exactamente 15 dias antes dos prazos eleitorais se encerrarem para estabelecer as frentes eleitorais em que a presidência da nação seria disputada», o agora vice-presidente da Argentina trouxe para o presente, de acordo com a agência acima referida.
Por esta razão, Fernández salientou a necessidade de «um árbitro sério para que todos sejamos iguais perante a lei».
«Que 40 anos após a recuperação dessa democracia vemos que a democracia com um Estado paralelo, capturada pelas máfias, não é justa para aqueles que sofreram as consequências da ditadura, nem para os milhões de argentinos que continuam a acreditar que a democracia é a melhor forma de vivermos entre nós», disse ela.
Por esta razão, o ex-presidente apelou aos argentinos para que no dia 24 de Março, o Dia da Memória, Verdade e Justiça, mobilizassem «sob um slogan: Argentina e democracia sem máfias». «Nós, argentinos, merecemos», observou ele.
Fonte: (EUROPA PRESS)






