
O governo chinês advertiu na quarta-feira que tem «esquadras de serviço policial» no estrangeiro, mas negou ter-se envolvido em «actividades policiais», como algumas organizações têm afirmado, acusando Pequim de perseguir dissidentes fora do país.
Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês admitiu que Pequim «mantém uma rede de esquadras de polícia» no estrangeiro, mas salientou que não existem «esquadras clandestinas», uma vez que países terceiros, como a Alemanha, têm denunciado.
Segundo fontes próximas do assunto, estas esquadras de polícia foram criadas «por grupos de chineses apaixonados no estrangeiro» e são dirigidas por «voluntários comprometidos com a diáspora chinesa e não por agentes da polícia chinesa».
As informações obtidas pela agência noticiosa DPA indicam que pelo menos «cinco altos funcionários» que trabalham nestas esquadras de polícia oferecem aos cidadãos chineses e alemães aconselhamento jurídico sobre como solicitar documentos ou realizar procedimentos burocráticos. Contudo, esta assistência seria também utilizada para obter informações das autoridades e para promover a ideologia e as políticas do governo chinês.
As forças de segurança alemãs advertiram que existem duas esquadras de polícia subterrâneas chinesas no país e que são alegadamente utilizadas para influenciar a diáspora chinesa no país, como concluiu uma comissão parlamentar.
As organizações de direitos humanos estimam que existem cerca de 100 esquadras de polícia deste tipo em pelo menos 50 países. O Ministério dos Negócios Estrangeiros insiste, contudo, que o objectivo é «ajudar os cidadãos chineses que não puderam viajar para o país durante a pandemia do coronavírus a submeterem-se a exames médicos e a renovarem as suas cartas de condução».
As autoridades declararam também que estes centros «não violam a lei porque não se dedicam a actividades criminosas» e salientaram que a China «não interfere nos assuntos internos ou na soberania de outros países».






