
A Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, confirmou no sábado que o Parlamento Europeu «cooperou plenamente» com as autoridades policiais e jurídicas relevantes em relação a um possível caso de suborno do Qatar a Eva Kaili, uma das Vice-Presidentes do Parlamento Europeu.
«O nosso Parlamento Europeu mantém-se firme contra a corrupção. Nesta fase, não podemos comentar qualquer investigação em curso, excepto para confirmar que temos e iremos cooperar plenamente com todas as autoridades policiais e legais relevantes», disse Metsola.
Num post no seu perfil oficial no Twitter, a Presidente do PE salientou que o Parlamento fará «tudo o que for possível» para ajudar e cooperar no sentido de assegurar que a justiça siga o seu curso.
A polícia belga revistou na sexta-feira a casa de Kaili, que também foi interrogada, em ligação com um alegado esquema de suborno do Qatar a indivíduos que poderiam influenciar a tomada de decisões no Parlamento Europeu.
O Ministério Público Federal também relatou a detenção de quatro pessoas e até 16 buscas efectuadas em vários bairros de Bruxelas como parte de uma investigação sobre uma «alegada organização criminosa de corrupção e branqueamento de dinheiro» que há meses procura influenciar as decisões «económicas e políticas» do Parlamento Europeu em nome de um país do Golfo.
«Para tal, pagaram somas em dinheiro e ofereceram presentes importantes a terceiros com uma posição política e/ou estratégica significativa no Parlamento Europeu», disse o Ministério Público numa declaração na sexta-feira, confirmando as quatro detenções sem clarificar as identidades das pessoas sob investigação.
Contudo, fontes da investigação citadas pelos jornais «Le Soir» e «Knack» revelaram que entre os detidos encontra-se um antigo deputado socialista, o italiano Pier-Antonio Panzeri, vários assistentes parlamentares e o secretário-geral da Confederação Europeia de Sindicatos, Luca Visentini. Os meios de comunicação social também identificaram o Qatar como o país sob investigação no âmbito da operação anti-corrupção.
Após a notícia ter sido divulgada, o Movimento Socialista Panhellénico (PASOK) relatou que o MPE Kaili tinha sido expulso do partido pelo presidente do partido, Nikos Androulakis.