
O Ministério Público da Moldávia contestou uma decisão judicial que permitiria ao ex-presidente moldavo Igor Dodon pôr termo à sua prisão domiciliária após a sua detenção em Maio sob acusação de corrupção passiva, enriquecimento ilícito e traição.
O próprio ex-presidente anunciou as intenções do procurador no domingo, colocando os documentos que recebeu na sua conta do Telegrama. A decisão inicial, anunciada a 18 de Novembro, isentou-o de prisão domiciliária mas proibiu-o de sair do país.
«É convocado para o Supremo Tribunal, que irá considerar um protesto à sua decisão de 18 de Novembro sobre a utilização da proibição de sair do país como medida preventiva», disse Dodon.
O Ministério Público da Moldávia já convocou Dodon para depor em Dezembro de 2021 sobre a suspeita de envolvimento num esquema de roubo de fundos públicos, mas o antigo presidente chamou à convocação uma «cortina de fumo». «É impossível intimidar-me», disse ele na altura.
Segundo os juízes de investigação, os dirigentes da empresa Energocom, que garante o abastecimento de electricidade do país, conspiraram com vários funcionários do Ministério da Energia e da Agência Reguladora Nacional de Energia, entre outros, para adquirir energia com custos excessivos, dos quais beneficiaram então.
Esta situação surge no meio de tensões crescentes na região separatista da Transnístria, face à ofensiva militar lançada a 24 de Fevereiro pela Rússia contra a Ucrânia, por ordem do Presidente russo Vladimir Putin.
Dodon, um pró-russo, foi derrotado nas eleições de 2020 pela conservadora e pró-europeia Maia Sandu. A Moldávia é uma antiga república soviética que é candidata à adesão à UE e está situada entre a Ucrânia e a Roménia. O país está dividido entre as suas aspirações de estreitar os laços com a União Europeia e reforçar os seus laços com Moscovo.






