
O governo alemão anunciou na terça-feira que terminará o seu destacamento militar no Mali em Maio de 2024, seguindo os passos do Reino Unido e da França, apesar do ressurgimento da actividade terrorista na região do Sahel de África.
O porta-voz do governo alemão Steffen Hebestreit disse terça-feira que será apresentada ao Parlamento uma proposta para que o mandato seja «prorrogado pela última vez em Maio de 2023» por um ano, até Maio de 2024, com o objectivo de «pôr fim estruturado a este destacamento» após dez anos de actividade da Bundeswehr.
«Isto deve ter especialmente em conta as eleições no Mali, que estão marcadas para Fevereiro de 2024», acrescentou ele no final de uma reunião de alto nível presidida pelo chanceler alemão Olaf Scholz.
A Missão Multidimensional de Estabilização Integrada das Nações Unidas no Mali (MINUSMA) é uma força de manutenção da paz criada para reforçar a segurança no Mali após a rebelião dos Tuaregues em 2012, uma das primeiras fases do actual conflito armado no país.
A Bundeswehr participa na missão de manutenção da paz da ONU no Mali. No entanto, a missão de formação europeia EUTM foi descontinuada. O plano é agora concentrar-se nas operações no vizinho Níger, onde os soldados alemães já estão a treinar as forças locais.
A retirada gradual das tropas do Mali é mais um sinal da relutância de grande parte da comunidade internacional em relação tanto à junta militar do Mali como ao seu alegado alinhamento com o Grupo Wagner, uma organização mercenária russa.
Com esta medida, Berlim segue os passos de Paris, que anunciou em Fevereiro que as suas tropas no Mali seriam transferidas para o Níger para continuar a sua luta contra a actividade jihadista na região.
A junta militar do Mali, chefiada por Assimi Goita, enfrenta um isolamento internacional crescente. De facto, a Costa do Marfim também anunciou recentemente a retirada das suas tropas da Missão Multidimensional de Estabilização Integrada das Nações Unidas no Mali (MINUSMA), uma decisão motivada no caso de Yamoussoukro pela detenção, em Julho, de quase 50 militares marfinenses no aeroporto de Bamako.






