
A economia da América Latina enfrenta um ambiente «desafiante», mas está melhor preparada para uma crise do que no passado, tornando-a uma região «ideal» para o investimento.
Esta é uma das conclusões alcançadas no primeiro dos painéis realizados no 24º Fórum Latibex, intitulado «Desafios no desenvolvimento económico da América Latina e Espanha», no qual participaram o CEO da EDP Brasil, João Marques da Cruz; o presidente do ICO, José Carlos García; e o presidente do Banco Santander em Espanha, Luis Isasi.
No painel, os participantes destacaram a «rapidez» com que algumas das principais economias da região, como o Brasil e o México, reagiram ao aumento da inflação. «Eles não foram enganados pelas perspectivas económicas. As crises estão a endurecer», disse o chefe do Banco Santander.
Isasi salientou que a América Latina se tornou um «actor-chave» no ambiente actual porque tem os melhores recursos para enfrentar os desafios.
Contudo, o presidente de Santander Espanha salientou que a inflação continua a ser um grande desafio e um obstáculo ao investimento. «É necessária uma inflação baixa e estável, caso contrário o investimento é desencorajado», explicou ele.
Pela sua parte, o presidente da ICO quis concentrar o seu discurso nas oportunidades que a sua organização oferece às empresas que desejam investir no mercado latino-americano ou participar em concursos. «O nosso objectivo é facilitar as relações comerciais, económicas e de investimento no processo de internacionalização das empresas», disse ele.
BRASIL, VOLÁTIL MAS COM MUITO CAPACIDADE Por sua vez, o CEO da EDP Brasil quis concentrar-se nas vantagens do mercado de investimento no Brasil, destacando a sua capacidade produtiva e o seu potencial para os investidores emergentes.
Entre as razões, Marques destacou a independência dos poderes judicial, legislativo e executivo, a estabilidade regulamentar e o potencial energético, um campo da sua perícia.
Recordou também aos investidores que devem ter uma visão de «longo prazo», e não se preocupar com a volatilidade a curto prazo, especialmente no actual momento de mudança política, onde certas declarações sobre política fiscal estão a causar turbulência no mercado brasileiro.






